Após este longo período de distanciamento social, quarentena ou isolamento, também nós tivemos de nos adaptar perante o desafio imposto pelo CORONAVÍRUS COVID-19.
Resiliente como o ser humano sabe ser, ao longo do último mês e meio, vimos famílias a reorganizar toda a sua dinâmica familiar para apoiar os filhos, para manterem empresas abertas e postos de trabalho a funcionar, para conseguirem subsistir com reduções de vencimento e aumento de despesas, para se “reencontrarem” como família… para serem 100% pais, 100% trabalhadores, 100% esposos, 100% donos de casa, 100% pessoas… já Freud dizia que “somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro”… Este foi o derradeiro desafio e a prova que, para além do nosso comportamento, nada controlamos!
A verdade é que ao longo deste período, houve muitas privações e a maior… a privação da expressão dos afetos pelo toque… A privação de estar com quem amamos, seja porque somos profissionais da “linha da frente” e vivemos com o medo de transportar o vírus para junto dos nossos e, por isso, distanciamo-nos, ou porque estamos a implementar as restrições do contacto social para nos protegermos a nós e a quem mais amamos, seja porque perdemos alguém e nos privamos da despedida…
Mas não é só… também assistimos ao nascimento de novos projetos, um aumento da procura de formas de subsistência ecológicas, a dedicação à agricultura biológica, o arranque de “projetos de gaveta”, e sobretudo, a valoração de bens maiores como a família, a doação e o AMOR!
E é por este amor que devemos continuar as atitudes que fomos assumindo ao longo deste período. O maior ato de amor que agora devemos dar é aquele altruísta que doa sem esperar em troca, aquele que sabe que sabe aproximar os corações sem necessidade de abraçar!
O planeta falou, respirou, restabeleceu-se… e nós?